- Marina, você está bem? - era Nando, tentando acalmá-la, enquanto ela se recompunha.
- Awn, sim, sim. Foi só um sonho ruim, não precisa se preocupar...
- Mas como não me preocupar? Você parecia estar totalmente perturbada, e você gritava sempre as mesmas coisas 'me perdoem, eu não queria que fosse assim.' Porque, meu anjo?
- Tem coisas que você não sabe, e nem precisa saber sobre mim, Nando. Nem tudo que a gente precisa está ao nosso alcance e, quando você está apaixonado, você perde o foco das coisas, e às vezes acaba fazendo umas burradas... Mas eu não quero falar sobre isso, ok?! Já amanheceu e eu quero aproveitar para tomar um banho, e ir logo entregar o carro.
- Err, não querendo interromper, mas já interrompendo, ainda são 6:45 da matina, Marina. Se você quiser pode ir tomar seu banho, e eu cuido do café, pra você. - disse Felipe, querendo ajudar a nova amiga.
- Ok então. Obrigada por tudo, vocês dois. - e saiu num rompante para o banheiro.
Os dois primos olharam-se perplexos, sem saber o que dizer, e o que pensar.
Realmente, os gritos que Marina dera há pouco tempo eram realmente aterrorizantes, mas o que de tão terrível ela teria feito para se sentir tão culpada? Algo de muito oculto fazia parte de seu passado, só que as unicas pessoas que sabiam eram a própria Marina, a Jú e outra pessoa, que, nesse momento, não vinha ao caso.
Marina tomou uma ducha gelada, limpando o rosto das lágrimas que ali rolaram, e pondo a cabeça novamente debaixo da água fria, conseguiu por as idéias em seu devido lugar. Vestiu-se rapidamente e se dirigiu para a cozinha, onde, atrapalhadamente, Felipe colocava os talheres e pratos sobre a mesa.
- Ora, ora, então temos um novo mestre cuca nessa casa!
- Ha ha ha! Graças a Deus que a nossa cozinheira chegou! Já estava pensando que além de por as coisas na mesa, teria que colocar a comida também! - disse Felipe, se recompondo do susto que Marina havia lhe dado ao vê-lo de avental.
- Não se preocupe, meu senhor. A mestre cuca original já está a postos, está dispensado agora ha ha ha!
Enquanto Marina fazia três belos omeletes, Felipe a olhava sentado sobre a bancada da cozinha.
- É, desse ângulo é fácil perceber porque o Nando é tão ...
- Tão... ?
- Er... Impressionado com você!
- Hum... é mesmo?! E porque você acha isso?
- Bem, é só ver o modo como vocês dois se tratam. É um carinho mais que especial, mais que verdadeiro...
- Amizade verdadeira.
- Sei... - e ele saiu para o banho, deixando Marina sozinha, mas com a cabeça ainda mais cheia do que antes.
O que ele queria dizer com tudo aquilo? O que, afinal, estava acontecendo com aqueles dois?
- Alô?
- Oi Má, é a Jú!
- Oi amiga, como você tá?
- Tô bem. Sua mãe me falou que você ia dormir com o Nando e eu quis saber como ele tá, e vocês... se rolou alguma coisa... ?!
- Não são nem 8:00 da manhã e você já me vem com essas besteiras, né senhorita Juliana?
- Ah, Marina. Eu sou sua amiga, poxa. E afinal, rolou ou não rolou alguma coisa?
- Deixa de besteira Ju, é claro que não, e olha eu tenho que desligar. Umas 9:30 eu te ligo. Beijos.
- Beijos amiga e, se cuida!
- Ok, tchau! - disse Marina, desligando o celular.
- Quem era?
- Oi Nando, bom dia para você também!
- Bom dia, senhorita. Quem era no telefone, tão cedo?
- Adivinha?! Logicamente a Juliana, né?! Quem mais teria tanta curiosidade de... - e se interrompeu ao percebeu que não devia continuar
- Curiosidade... De que?
- Ah, de nada! É porque eu falei que você tinha trazido seu primo, e ela, do jeito que é, ficou interessada, ué.
- Humm... Tem certeza que é só isso?
- Ai Fernando, para com isso vai! Agora deu pra desconfiar de tudo que eu falo, é?!
- Não. Era só pra ter certeza se não era outra coisa...
E no momento em que Marina ia interrogá-lo, Felipe chegou, espalhando um delicioso perfume no ar.
- Bom, vejamos o que temos para o nosso café da manhã. - disse Felipe, sentando-se a mesa e interrompendo a conversa dos dois novamente.
Seguiram a refeição e depois, quando Marina se despediu, Fernando fez questão de acompanhá-la até seu carro.
- Olha, Má. Eu sei que existem certas coisas que a gente não sabe, um do outro, mas eu queria muito que você soubesse que eu te tenho como uma pessoa mais que especial na minha vida, e queria que você fosse capaz de demonstrar o mesmo por mim.
- De que maneira?
- Falando o que você realmente sente por mim. Eu preciso saber, porque não tenho como guardar mais algo que está me torturando há um bom tempo.
- Mas Nando, eu te amo. Você é o meu melhor amigo, e você sabe muito bem disso. Porque essa dúvida toda?
- Mas não é de amizade que eu tô falando Marina. E você sabe muito bem que...
Era o celular de Marina, seu pai pedindo com urgência o carro.
- Assim que eu puder eu te ligo, e a gente se fala, tá?!
- Ok, só espero que você não esteja fugindo dessa nossa conversa...
E ela se foi apressada, ainda mais confusa. Mas cada vez mais certa de que algo novo estava por vir, e que nada mais seria como antes depois que tudo fosse, enfim, esclarecido.
(continua...)
Por: - Isabela A. Santiago
Seguindo seu blog, segue de volta?
ResponderExcluirwww.makeyourfashion.blogspot.com
Paula,
:*