Invisível (capítulo doze)

Eu sei que foi infantil da minha parte, mas eu saí correndo. Não esperei explicações, não fiz barulho, não chamei atenção, apenas corri. Fugi daquele mundo que estava me possuindo de uma forma além do normal.
- Lipe, tem alguém na sua casa? - telefonei.
- Não... Ei, por que você está chorando? - ele reconheceu o tom da minha voz.
- Posso ir ai? - perguntei.
- Ainda não está aqui na porta por...? - falou.
Esbocei um pequeno sorriso, desliguei e fui andando em diração à sua casa. Durante o caminho a cena do beijo entre eles ficou passando na minha cabeça. Passando, repassando, repetidas vezes.
Ele já estava na porta me esperando:
- Pode começar.
- Ah.. - caiu uma lágrima.
- Não, nem precisa. O que o Guilherme fez? - me abraçou e levou-me para dentro de sua casa.

- Eu juro que eu mato esse menino - foi o que ele disse assim que eu terminei de contar - ele está brincando com a MINHA menina.
- Deixa pra lá, Lipe... Não me importa - tentei mentir, sabendo que eu não conseguia fazer isso com ele.
- Aham, não te importa mas você está gastando a água do seu lindo corpinho com esse traste!
Eu sorri, ele conseguia tirar um sorriso do meu rosto mesmo quando lágrimas pareciam a única opção.
- Eu já sei o que nós vamos fazer - ele disse.
- O quê? - perguntei.
- Vamos no mercadinho da esquina, comprar aquela pipoca que você adora e alugar um filme.
"Perfeito" pensei. Eu amo meu melhor amigo.

- E você e a Pâmella? - perguntei assim que acabou o filme.
- Tudo maravilhoso, vamos sair amanhã depois da aula.
Aula, lembrei que amanhã tinha aula. Já era super tarde, eu precisava voltar para casa. Falei tchau para o Lipe e voltei. Cheguei e desmaiei na cama, desejando esquecer tudo o que eu não queria lembrar.

Se você me perguntar o que eu aprendi na aula hoje, te responderei: Guilherme. A única coisa que se passou pela minha cabeça o tempo inteirinho.
- Vou no hospital - falei para o Lipe.
- Tem certeza disso? 
- Tenho sim - beijei sua bochecha e fui.

- Oi, posso entrar? - perguntei ao Gui.
- Eu preciso muito falar com você - ele falou.
GELEI.

(continua)

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