Broken (Capitulo VI)

No dia seguinte levantei com uma vontade enorme de falar com Luan, saí do quarto ainda de pijama e fui para o quarto de hóspedes - sim, agora tinha um quarto de hóspedes na fazenda, afinal, era a minha nova casa, por pouco tempo - abri a porta e estava tudo arrumado, nenhuma bagunça, nenhuma mala, nenhum sinal de que Luan estava por ali, entrei no quarto para conferir e em cima do travesseiro achei um envelope bem fechado escrito "Você veio me procurar tarde demais". Abri correndo e comecei a ler.

"Lu, 
você pode me odiar o quanto você quiser, mas não dá pra mim. Eu juro que eu tentei, mas não posso disputar com seus pensamentos. Ah, ontem eu não te beijei por medo de você pensar nele ao invés de estar pensando em mim. Eu saí daquela porta achando que você iria se tocar que na verdade, o seu amor sou eu, mas você demorou demais. Agora eu já estou dentro de um avião voltando para Nova York e sabe o que é o pior de tudo? Você não está voltando comigo. Sim, eu me arrependo profundamente de ter feito isso, mas não tem como voltar atrás de uma decisão que já virou atitude. Espero que você me desculpe. Eu te amo muito.


Luan."

Eu não sabia o que fazer, coloquei a carta dentro do envelope dobrei o envelope e fui para meu quarto. Troquei de roupa e comecei a colocar as roupas de volta na mala, arrumei tudo e fui para a sala arrastando minha mala, ao chegar lá minha mãe não fez nenhuma pergunta, só me abraçou - o que era bom, afinal, eu precisava de um abraço- retribui e comecei a me explicar. Dei mil e um motivos para justificar o que eu ia fazer, nenhum convenceu meu pai e minha mãe, mas eles me deixaram ir embora dali. Meu pai me levou de volta para a cidade, entrei na minha casa e comecei a procurar as coisas que eu precisaria para pegar o primeiro voo para Nova York. Arrumei as malas, liguei para algumas amigas e então fui para o aeroporto. Eu tinha o visto e o passaporte em dia, afinal, eu havia viajado com meus pais para Orlando fazia um mês. Chegando no aeroporto corri e comprei a passagem, o voo demoraria duas horas para sair, eu tinha um tempinho para comer algo e avisar minha mãe que estava indo ainda hoje. 
Depois de alguns minutos no telefone, fui para a lanchonete, peguei um suco e um lanche natural e fui sentar, enquanto isso estava pensando no que faria ao chegar em NY, pois eu não tinha o telefone nem o endereço do Luan, muito menos sabia como me virar por lá. Enquanto pensava ouvi uma voz dizendo que meu voo estava quase para sair, é, o tempo havia passado rápido e eu não havia tomado uma decisão de para onde iria quando chegar, até que me lembrei de Olivia, uma amiga de infancia que havia se mudado para NY fazia um ano. Liguei para ela.
- Alô? - a voz de Olivia continuava suave e delicada como ela.
- Olivia? É a Luísa! - disse com animação
- Lu, tudo bem meu amor?
- Mais ou menos e você?
- Estou bem. O que aconteceu?
- Preciso de um favor, posso ficar na sua casa por alguns dias?
- Aqui em NY? - ela disse surpresa
- Sim, estou indo resolver uma grande besteira que eu fiz, mas não tenho onde ficar.
- Claro que pode, quando você chega?
- Amanhã!
- Ok, vou te pegar no aeroporto.
- Obrigada mesmo. Vou entrar no avião agora, beijos, até amanhã!
- Até.
Desliguei o telefone e senti um alivio. Olivia sempre foi minha amiga, e eu sabia que podia contar com ela sempre. Fiquei feliz por ter tomado uma decisão certa, ou pelo menos eu achava que era a decisão certa. O voo demorou bastante para chegar no meu destino, mas finalmente, depois de dormir quase o voo inteiro por conta do fuso horário senti que estávamos pousando. Desci no aeroporto e era muita gente diferente, falando uma lingua diferente mas finalmente eu vi um rosto conhecido em meio a multidão. Olivia estava lá me esperando com um sorriso lindo no rosto. Ela não havia mudado nada, seus cabelos castanhos, sua pele branquinha, tudo igual. Abracei ela e desabei em lágrimas, ela não disse nada, apenas me abraçou mais forte. Ao entrarmos no carro ela começou a tentar entender o que estava acontecendo. Expliquei cada detalhe, e ela não se surpreendeu com nada.
- É, o Luan tem falado bastante de você.
- Como assim? Vocês tem se falado?
- Sim, desde que ele veio pra cá. Moramos no mesmo loft
Uau, eu tinha acabado de descobrir que Luan morava num loft, que era o mesmo em que Olivia morava.
- No mesmo...?
- Não, assim, no mesmo prédio sabe?
- Ah sim.
Ufa, pelo menos ele não morava com uma mulher linda como Olivia, isso seria uma chance a menos de conquistar ele, ou reconquistar. Chegamos no prédio, pegamos minhas malas e fomos para o loft dela. Era lindo e amplo, eu moraria lá por vários dias se pudesse.
- Bom Lu, não dá pra eu te mostrar meu apartamento agora, que eu tenho que ir pra editora, mas quando eu voltar eu te mostro tudo ok?
- Ok, ah, é... Qual o número do apartamento do Luan?
- 42. Boa sorte! - ela disse já saindo de casa.
Esperei ela sair e fui direto para o quarto andar, toquei a campainha e esperei alguém antender, e para a minha surpresa, não foi Luan que atendeu. Era uma menina, linda, loira.
- Oi?
- Oi, o Luan está? - perguntei querendo sumir dali o mais rápido possivel.
"Quem é?" A voz de Luan vinha de lá de dentro.
- Não sei, acho que ...
Luan apareceu na porta sem camisa, e ficou surpreso ao me ver ali parada que nem uma boba.
- Oi - disse sem graça - Só vim avisar que eu me mudei pra cá, estou morando com a Olivia, quando puder sobe lá pra gente conversar.
Disse o que precisava dizer e fui para o elevador. Subi até o sexto andar entrei no apartamento e comecei a arrumar minhas coisas, até que ouço a voz de Luan me chamando lá na frente.

(Continua)


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