- Alô Marina?
- ...
- Marina, eu sei que você tá me ouvindo.
- Então porque você insiste em querer falar comigo? Eu não vou te responder, eu não quero conversar, e eu não tô bem se é isso que você quer saber, Gabriel.
- Marina, eu sei que você tá passando por uma fase dificílima mas eu tô aqui e quero te ajudar. Marina?
Ela desligou.
Já passavam-se alguns dias desde que Fernando acordara. E desde aquele dia Marina não teve coragem para retornar ao hospital, e dar de cara com alguém que ela amava, mas que sequer lembrava-se dela.
Seu dia a dia tornou-se monótono, fingindo sorrisos àqueles que perguntavam como ela estava.
Seu celular, deixava desligado por horas pelo simples desprazer em atender as pessoas.
Felipe passava seus dias tomando conta do primo, que fazia um tratamento sério para tentar recuperar a memória que em partes funcionava: somente lembrava de fatos passados, coisas mais antigas como a família e amigos de infância.
Gabriel continuava insistindo, e acabou que conseguiu uma conversa com Marina. Ela estava abatida, com olhos fundos de noites mal dormidas, e cedeu, não aguentando a pressão do garoto.
- Oi.
- Oi Gabriel.
- Marina, eu sei que você tá passando por uma fase difícil, mas eu quero que você saiba que eu tô aqui pra te oferecer um ombro, mesmo que você não queira nada mais comigo e...
A essa altura, Marina já tinha se jogado nos braços de Gabriel, chorando como um bebê, enquanto ele a abraçava, tentando acalmá-la.
- Calma, tudo vai ficar bem, eu prometo.
E enquanto enxugava algumas de suas lágrimas, Gabriel afagava os cabelos compridos de Marina e tentava animá-la, com frases como 'tudo vai ficar bem', e ela ao se debruçar em seu colo, acabou por dormir.
Já era noitinha quando Marina despertou, com a respiração ainda devagar acompanhada de soluços minguados, levantando-se um pouco atordoada:
- Eu, eu preciso ir embora, já tá tarde e...
- Ok, eu te levo. Não precisa ficar tão assustada Marina, eu tô aqui pra te apoiar.
Ela aceitou a companhia do amigo, e os dois seguiram em silêncio até as proximidades de sua casa.
- Obrigada por tudo, tá.
- Estou aqui pro que precisar, Marina.
E ao tentar abraçá-lo, ela conseguiu ver nos olhos dele, os olhos daquele garoto de 14, 15 anos pelo qual se apaixonara anos atrás. Conseguiu encontrar a beleza que havia sido repelida pelas marcas das chagas em seu peito, e sentiu algo se formando novamente.
Ele também sentiu, sentiu que estava a um passo de tê-la em seus braços, a um passo de encostar em seus lábios, a uma respiração de senti-la sua novamente.
Seus olhos enfim, se encontraram e a proximidade se tornou imensurável.
Um beijo.
Não era o mesmo que Gabriel arrancara a força de Marina, sufocando-a.
Mas um beijo, longo e ardente.
Marina ainda tentou resistir de início, mas se perdeu ao ter quem tanto amou em seus braços.
Quando deu por si, Marina saiu correndo, como se tivesse cometido seu maior erro.
Mal sabia ela que seria, de fato, um dos piores de seus erros.
(continua...)
Postado por: Isabela Santiago
16 anos, vários desejos e sonhos e muito pra dizer pra caber nesse pequeno espaço. Aqui no blog faço contos e textos. Prazer, Isabela. :) |
Aiiin... Tô amando essa história, aliás tdas q vc escreve. In Love S2 com o blog !
ResponderExcluirBeijok's