Desencontros do Amor (capítulo VII)

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Alguns dias se passaram desde a chegada da carta de Gabriel. Marina se mantinha cada vez mais tensa, ao pensar na possibilidade...
Mas porque agora, quando tudo estava dando tão certo?
Contou a situação para a amiga que a aconselhou o que fazer:
- Olha Má, primeiro eu acho que você deve colocar seu coração no lugar, e pesar o que você realmente sente por cada um. Vai ser difícil, mas você consegue. Se for preciso, peça um tempo para o Nando, e conte sua história para ele. Eu tenho certeza que ele vai entender...
E assim ela fez.
Não que estivesse disposta a terminar um relacionamento que há pouco havia iniciado, mas contaria sua história para Nando, para que ele a apoiasse e, quem sabe, lhe trouxesse a resposta de quem seria o cara certo a escolher.
' Amor, estou no shopping te esperando. Tenho que te contar uma coisa. Te amo. Má.' - foi o sms que Fernando recebeu.
- Felipe, cara. Você acha que pode ser algo sério?
- Ah, Nando. Talvez não. Repare só nas ultimas palavras dela 'Te amo'. Vai ver ela só quer conversar algo que pra ela seja importante, mulheres são assim.
- É, talvez. Vou lá. Tchau.
Marina o esperava no banco de sempre, apertando os dedos e de cabeça baixa, e nem percebeu quando Fernando se aproximou dela e tampou-lhe os olhos
- Adivinha quem é...?
- Hummm, digamos que seja o amor da minha vida?!
- Provavelmente, mas esse amor tem nome?
- Sim.
- Então vejamos se é o mesmo amor.
- Haha para Nando! Seu bobo.
- Sua estraga prazeres. Oi amor - disse ele, beijando-a delicadamente. - O que você queria me falar de tão importante? Fiquei preocupado...
- Nando, lembra daquela noite que você chegou de viagem, que eu dormi com você e seu primo?
- Humm, sim.
- Lembra do que aconteceu naquela noite?
- Você ficou com a gente pra assistir o filme, e acordou aos berros.
- E você lembra o que você disse quando eu tava indo embora? Você disse que existiam coisas que não sabemos, um do outro.
- Sim, lembro. Eu tentei me declarar pra você, mas você não deixou... - ela ficou vermelha, como sempre, pela total sinceridade dele - Mas não tem problema, porque estamos juntos agora, não é?!
- Eu tenho que te contar uma história, pra você entender o porquê de eu não ter te ouvido de uma vez e de outras coisas mais.
Então Marina contou toda sua história com Gabriel, explicando porque ela se renegou tanto a acreditar no amor de Nando, já que já tinha sofrido tanto por um amigo. Ele ouvia com os olhos focados nela, mas cada vez que ela usava frases como 'eu amava ele',  'ele era meu melhor amigo' e finalmente quando falou de sua carta, ele parecia se distanciar dali, para tentar fugir daquela verdade tão fulminante, tão ardente e tão dolorida que sua namorada, agora, lhe atirava a face.
- Amor, eu sei que é difícil pra você. Mas imagina pra mim? Eu não quero te perder, mas tenho que ter uma conversa com o Gabriel pra, pelo menos, botar uns pingos nos is e virar essa página da minha vida da maneira certa. Entende?
- Sim, eu entendo. Só tenho medo de que você desista de mim, quando encontrá-lo e seu coração bater mais forte por seu primeiro amor.
- Não diga isso, por favor. A ultima coisa que eu quero fazer é te machucar, eu te amo. - e o beijou.
Eles passaram bons minutos analisando as feições um do outro, até se sentirem confortáveis novamente para conversar.
Conversaram e acabaram esquecendo da tristeza que há pouco, invadira seus corações.
- Vou pegar um sorvete pra mim e pra você. Qual o sabor?
- Hummmmm... Beijo na boca!
- Mas aí eu não vou poder sair nunca, e vou continuar te beijando até não dar mais...
- Bobo, o sabor é beijo na boca. Mas aposto que o da sua boca é mil vezes melhor haha - e beijou-o rapidamente.
- Pode ter certeza que não. O da sua supera tudo. - e saiu em direção à praça de alimentação.
Marina ficou a olhar as vitrines, sentada no banco, distraída, ao relembrar o perfume, o calor e o toque de Fernando.
Alguém se aproximou por detrás dela e tapou-lhes os olhos.


 
- Humm, já posso imaginar... O amor de minha vida!
- Como adivinhou?
Mas não era a voz de Fernando.
- Oi Marina. - e como um fantasma, vindo do além, Gabriel apareceu novamente na vida de Marina. - Não vai falar comigo não? Um 'Há quanto tempo hein?!' já seria gratificante.
- Arrr, oi Gabriel. Você está ... diferente. - ele ficara muito mais alto, mais forte, e, bonito, do que ela lembrava.
- Você também, Má. Todos mudamos, não é mesmo? O que não muda mesmo é o que sentimos.
- Err, Gabriel, a gente precisa conversar, eu tenho que te dizer umas coisas e você também.
- Sim, mas acho que poderíamos deixar a conversa, pelo menos, para depois de um abraço de amigos que não se encontram há muito tempo, o que acha?
- Que bom que você pensa assim.
Ele abraçou-a com força e quando ela encostou a face em seu rosto, ele se aproveitou para jogá-la, levemente de lado, e beijou-a.
De surpresa, num instante que ela nunca imaginou que aconteceria.
Ele não deixou que as mãos de Marina interferissem no beijo que lhe roubava. E cada vez que ela tentava se soltar, ele a prendia mais forte, roubando-lhe todas as forças, até que ela, em desespero, deixou-se ser beijada.
Só que nesse exato momento, Fernando retornava.
E viu os dois.
Correu para Marina, puxou-a bruscamente para si, com a loucura que lhe invadira pelos ciúmes, e deu um soco no rosto de Gabriel.
- Será que não se pode deixar a namorada sozinha por um instante, que um idiota já se aproveita?
- Ora, ora, se não é seu namoradinho de meia tigela, Marina. - retrucou Gabriel, recuperando-se do soco que levara.
- E você é o Gabriel, destruidor de corações? Bom saber!
- Chega rapazes! Fê, você foi longe demais! Não precisava ter batido no Gabriel, eu mesma faria isso.
- Ah é? Quando ele te soltasse? Ah, faça-me o favor, Marina.
- O que é isso? Você está duvidando da minha palavra agora é?
- Hum, agora já sei com quem você vai ficar, Marina. Não precisa nem responder nada. - disse Gabriel, com os olhos fixos em Fernando que se preparava para alavancar mais uma porrada em seu adversário.
- Chega! Vou levar o Gabriel pra casa da Jú, e fazer uns curativos. Depois a gente conversa, Fernando.
- Espero que sim.
E saiu ao lado de Gabriel.
Fernando, ficou atônito com o sorvete esmagado em uma das mãos, vendo sua namorada ir embora com seu mais novo inimigo.
Será mesmo que esse amor que ela dizia sentir por ele, era tão grande a ponto de estancar feridas antigas ?
Era o que ele pensava, enquanto limpava as mãos.

(continua...)

Postado por: Isabela Santiago

Isabela Santiago 16 anos, vários desejos e sonhos e muito a dizer pra caber nesse pequeno espaço. Aqui no blog faço contos e textos. Prazer, Isabela. :)

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