Desencontros do amor (Capitulo III)

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- Primo, vocês estão bem? - era Felipe, preocupado com o tamanho estrondo gerado pelo tombo dos dois. Nando pareceu não se importar, mas logo que ouviu, Marina se levantou de cima dele, o mais rápido que pôde.
- Estamos bem sim, Felipe. Foi só o seu primo desastrado que me fez cair.
- Então tudo certo, vamos arrumar os colchões. - disse Nando já ao lado do primo.
Marina pegou sua bolsa e correu para o banheiro, para refletir o que lhe acontecera.
Primeiro, aquele olhar estranho e malicioso de Fernando ao dizer ao primo um estranho "Sim, sim. Ela mesma..."; depois, ele chamando-a para dormir com ele, mesmo tendo companhia, mas o mais estranho fora a queda. Porque no momento em que ela caiu sobre ele, ela percebeu algo que nunca havia visto em seu olhar - algo maior que admiração, que malícia masculina e mesmo, mais intenso que sua amizade...
Será que ele... ?
Desfez-se desses pensamentos ao entrar de uma vez na ducha fria (algo que fazia, somente quando precisava esvaziar a mente e o corpo). Ainda de toalha, pôs-se a pentear os longos cabelos negros e se arrepiou ao ouvir os passos dos dois rapazes. Trancou a porta devagar e vestiu seu pijama.
Os garotos também tinham tomado banho e ambos vestiam moletom, mas estavam sem blusa, algo que deixou Marina meio sem jeito.
- Marina, como é sexta e o Nando disse que você não tem nada de urgente pra amanhã, vamos ver um filme?
- Aham, mas o senhor - disse Marina, virando-se para Fernando - não deve programar algo sem antes me consultar. Como você poderia ter tanta certeza de que eu não tenho nada de urgente amanhã?
- Óbvio, você está aqui!
Marina preparou pipoca e trouxe três latas de refrigerante para cada um.
- Já ligou pro seu pai? - perguntou Nando
- Aham. Amanhã umas nove eu vou, pra entregar o carro dele.
- E depois volta?
- O senhor acha que eu não faço mais nada né Fernando? Pra quem fez um cursinho pré-vestibular por seis meses você está muito despreocupado. Você sabe muito bem que esse é meu ultimo ano do colégio e que eu não tenho tanto tempo livre quanto você.
- Ah, calma aí, senhorita!
- Pelo que eu tô vendo, apesar de ter pouco mais de 18 aninhos, eu sou muito mais ajuizada que você, não é Felipe?
- Em briga de marido e mulher, eu não meto a colher... - respondeu Felipe rindo e se esquivando das almofadas que vinham dos dois lados.
Marina deitou-se no fofo tapete entre os dois rapazes, e perguntou:
- E então, qual é o filme?
- Vejamos, algo que te faça rir ou chorar? - replicou Nando
- Rir, por favor!
- Ah, Ma... Mas é tão bonitinho quando você chora...
- Vamos ver se você acha tão bonitinho quando quem estiver chorando for você, e de dor!
Os três passaram o filme rindo, até que o sono penetrou na sala e fez Marina adormecer. Esta, caiu num sono profundo, e logo se viu longe dali.
"Podia ter sido diferente, Marina, se não fosse por você"
"Porque você deixou isso acontecer, logo com ele?"
E as vozes pareciam berrar em seus ouvidos, a ponto de explodir-lhes a cabeça.
Até que ela acordou, aos gritos e banhada de lágrimas, no colo de Fernando.

(continua...)


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