01 de janeiro.
Laura estava na escada olhando seus pais na sala, eles estavam vendo TV de mãos dadas, ela olhou bem a cena, talvez aquela fosse a última vez que ela os veria assim, uma lágrima escorreu por seu rosto. Laura tinha tomado uma decisão. Ela subiu as escadas, pegou sua mochila, colocou algumas roupas dentro, ligou para Otavio e pediu que ele a encontrasse as 17:00 na frente do parque.
Otavio era o namorado de Laura, seus pais não gostavam muito dele por ele ser mais velho, mas Laura não se importava, ele era só dois anos mais velho, e ela o amava, muito.
Laura jogou a bolsa pela janela, secou as lágrimas e foi para o quarto de sua irmã. Chegou lá olhou para Luara e disse.
- Lu, olha só, eu vou te entregar esse envelope, mas você não pode abrir ele, só abra ele quando eu te ligar e pedir pra abrir ok?
- Ta Laura, deixa ele ai em cima, não vou abrir.
- Ok, obrigada. Agora tchau que eu vou sair com o Otavio.
- Tchau.
Laura desceu as escadas como se tudo estivesse normal, deu um beijo no rosto de seus pais e avisou-os que estava saindo. Ela correu até o jardim, pegou a mochila e foi para o parque. Ao chegar lá Otavio já a esperava, ele olhou para Laura segurando a mochila e perguntou.
- O que está acontecendo? Porque essa mochila Laura?
- Vamos Otavio, entre no carro e no caminho eu te explico.
Ele olhou para Laura sem entender nada, entrou no carro e começou a falar.
- Laura, o que você pensa que está fazendo? Aonde você quer chegar com isso? Você acha o que? Que seus pais não vão vir atrás de você? Você está enganada Laura, eles e amam, eles vão vir atrás de você sim, você sabe disso.
Laura não falava nada, só ouvia, ela sabia que Otavio estava certo. Fugir daquela maneira não ia diminuir seus problemas, iria só aumentá-los, mas ela não se importava, ela não agüentava mais aquelas brigas, todo dia a mesma história. Seu pai chega do trabalho e começa a reclamar, sua mãe começa a gritar falando que ele não se importa com as filhas, Laura e Luara ficam no quarto chorando enquanto a discussão acontece até que seu pai entra lá e começa a colocar a culpa nelas dizendo que se elas fizessem isso, aquilo não aconteceria, e blábláblá, depois ele falaria mais um pouco na cabeça de sua mãe e então ele iria para o quarto, quando ele voltava estava tudo bem. Sua mãe já não gritava seu pai já não estava estressado e eles fingiam que nada tinha acontecido. Ela estava fugindo disso, ela estava fugindo da vontade que ela tinha de sumir quando as brigas começavam, ela estava fugindo de seu mundo.
continua > <
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